Gatinho #94, Gatinha #95 e a caixa que retornou vazia
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Gatinho #94, Gatinha #95 e a caixa que retornou vazia


Hoje tentamos mais uma vez capturar a mãezinha dificil que mora em uma das ruas da colonia inicial. 
Ela já está com mais uma ninhada, uma gata extremamente furtiva que conseguiu escapar até mesmo da drop trap, algo que ainda não entendemos como aconteceu. 

Felizmente, minutos depois, apareceu um macho que ronda a area dos filhotes capturados domingo passado e não demorou muito para que ele se tornasse o #94. 





Voltamos até a area dos filhotes, em busca do preto-e-branco que foi solto devido à nossa falta de verba e caixas de transporte. E ao chegarmos avistamos OUTRA filhota desconhecida. Os outros rosnavam para ela e impediam que ela se aproximasse da comida, o que fez com que fosse atraída para a drop e se tornasse a #95.

lindinha do zoio azul, aproximadamente 7-8 meses de idade




Quando estavamos indo para a clinica, resolvemos passar por uma rua para tentar pegar uma gatinha que vive por lá. Mas assim que estavamos nesta rua, avistamos um gatinho deitado debaixo do carro. Logo o reconheci. Era a rua do meu trabalho e aquele gato tigrado e branco geralmente andava por ali. Sempre tentei me aproximar, mas sem sucesso. Estranhamente, ele permaneceu no mesmo lugar, quando tentei atrai-lo com comida e ele, que nunca permitiu nem que eu me aproximasse, miou para mim. Um miado longo e baixo. 

Percebi a pata extremamente inchada e uma apatia não-natural para um gato de rua. Tentei pegá-lo com o cambão, mas sem sucesso. Quando ele saiu debaixo do carro, logo se jogou na calçada, a respiração estranhamente acelerada. Conseguimos atraí-lo com a gatoeira tradicional e o levamos para a clinica, onde foi o primeiro a ser atendido. 

Durante o exame fisico descobrimos que ele tinha uma pata fraturada, costelas quebradas e uma hernia extensa. Ao ir para a cirurgia, esse buraco imenso - provavelmente causado por atropelamento -  fazia com que todas as suas visceras comprimissem o coração e pulmões, sendo que um deles já estava comprometido. 

Até aquele momento, este gatinho sentia uma dor imensa em todo o corpo e cada entrada e saída de ar colocava uma pressão imensa em seu organismo. Sinceramente não sei como ele sobreviveu com ferimentos tão sérios.

Se tivesse nas ruas, possivelmente iria morrer em pouco tempo, entre os carros ou sozinho em algum terreno baldio. 

Mas, ele partiu anestesiado, com todo o suporte para que não sentisse mais dor alguma. 
Ele partiu em paz. 

Essa foi a nossa primeira perda em dia de captura. 
Um gatinho que, acredito, pediu nossa ajuda. 

Infelizmente, mesmo sabendo que fizemos tudo o possivel, isso não torna as coisas mais facéis. 
Fico imaginando por que não chegamos mais cedo, o que realmente aconteceu. 
Imagino inumeras perguntas e possibilidades, mas que no fim não irão trazer ele de volta ou apagar o sofrimento que ele encontrou nas ruas. 

E ele será mais um exemplo inesquecivel do porque castrar animais é tão importante e porque a rua não é e nunca será um lugar seguro onde gatos ou cães devam "dar uma voltinha".

Voltei para casa com uma caixa de transporte vazia, com um gatinho que não pôde retornar ao seu local de origem e viver o resto dos seus dias, de uma forma melhor, pela castração.

Cheguei em casa e meu gato tigrado e branco, da mesma cor deste gatinho, estava na porta me esperando e fez gracinhas, mostrando a barriga, quando entrei.

Enquanto estão anestesiados, acaricio cada um dos Felinos Urbanos, pois sei que, para a grande maioria deles, será o unico contato com afeição humana que terão em suas vidas. 

Eu quero que eles saibam que não estão sozinhos, que possuem alguém para zelar por eles e chorar por eles, quando nosso descaso os atingem cedo demais. 


"Devemos abraçar a dor e usá-la como combustivel para nossa jornada."
Kenji Miyazawa 



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