O Doutor Gabriel é um excelente veterinário. Eu mesma já fui várias vezes ao consultório dele, que inclusive fez a minha castração. Ele também cuidou da minha irmãzinha Dóris, que teve problemas de comportamento quando seus filhotes nasceram. Pena que agora ele não mora mais na minha cidade. Ele atualmente mora no Rio de Janeiro.
Carlos Gabriel Almeida Dias, este é o nome completo dele, tem graduação em Medicina Veterinária na UFRRJ e é Mestre e Doutorando em Reprodução e Sanidade Animal na UECE. Ele está na linha de pesquisa em comportamento animal (comportamento materno-filial de gatos domésticos).
Eu fiz uma longa entrevista com ele, que dividirei em duas partes, para ficar mais fácil de ler. Neste primeiro post, abordarei um pouco a história profissional do Dr. Gabriel. No post seguinte, ele falará sobre os principais problemas de comportamento nos felinos. Veja as primeiras perguntas e respostas:
Gata Lili - Por que você escolheu essa carreira? Algo curioso ajudou nesta escolha?
Dr. Gabriel - Nada de diferente da maioria dos Médicos Veterinários que eu conheço. Sempre gostei muito de animais. Protegia e sofria quando estavam doentes. Acho que escutei tantas vezes as pessoas falando que eu seria um bom Veterinário que acabei abraçando a profissão. Estou tentando ser um bom Veterinário.
Gata Lili - A medicina veterinária já evoluiu bastante, mas você sente que ainda faltam muitos processos para chegar ao ideal?
Dr. Gabriel - Acompanhei ao longo desses 12 anos um franco desenvolvimento da Medicina Veterinária. A cada dia temos mais disponibilidade de exames e condutas. Isso é o mais importante. O que queremos de fato é a aplicabilidade desses conhecimentos. Em minha opinião o ideal é termos uma Medicina Veterinária equiparada com a Humana. Enquanto tivermos exames e condutas disponíveis apenas para os humanos, teremos sempre uma grande ansiedade por melhoras.
Gata Lili - Você se especializou em comportamento animal. O que determinou nessa escolha?
Dr. Gabriel - Sempre enalteci a clínica médica como a essência da Veterinária. Sou fã incondicional. Mas, o que percebia desde muito tempo foi uma complicada e não adaptada relação do homem com seus animais de estimação. Era fácil diagnosticar e tratar uma doença infecciosa mais era e ainda é muitíssimo complicado manejar um problema comportamental. Para os responsáveis que sempre convivi mais difícil do que administrar vários medicamentos e ter que visitar inúmeras vezes o ambulatório clínico, era conseguir agüentar um problemas comportamental, ainda que fosse simples, como por exemplo, a destruição de um sofá. Pareceu-me sempre um desafio muito maior.