Entenda tudo sobre a Campanha #MIOUTESTOU que trata FIV e FelV
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Entenda tudo sobre a Campanha #MIOUTESTOU que trata FIV e FelV


Gatinho Pudim é paciente do Dr. Gabriel Dias
A Campanha #MIOUTESTOU, liderada pelo veterinário especialista em felinos Dr. Gabriel Dias (Clínica Cat para Gatos), vem despertando o interesse nacional dos donos de gatos pelo assunto FIV e FelV e alcançando seu objetivo: informar cada vez mais tutores de doenças silenciosas que podem comprometer a qualidade de vida e bem-estar de seus animais.

Para entender melhor do assunto, o meu blog entrevistou o responsável pela campanha, que vai desmitificar a polêmica de Aids e Leucemia Felina, que causa tanta preocupação aos nossos donos.

O que é FIV e FelV? A FIV e FeLV são as siglas de Feline Imunodefficiency Virus e Feline Leukemia Virus, respectivamente. Em português, temos o Vírus da Imunodeficiência Felina e Vírus da Leucemia Felina. As siglas são tão utilizadas que já possuem identidade própria e já são consideradas importantes e inconvenientes acrônimos que acometem a rotina de quem ama os gatos.

Os nomes são assustadores e representam uma fase da doença, mas nem todos os animais são diagnosticados nestas fases e por isso o uso de nomes como AIDS Felina, AIDS do Gato, Vírus da Leucemia acabam causando pânico entre as pessoas. É importante a preocupação, mas não o pânico.

Muitos pacientes vivem absolutamente felizes e saudáveis mesmo sendo portadores dos vírus. Assim, o diagnóstico não é uma condenação. Contudo, precisamos ficar atentos e conversar sobre a doença para ajudar na conscientização e incentivo do aumento de animais testados, vacinados e protegidos. A ideia é identificar os animais portadores do vírus para que sejam tratados adequadamente e também evitar que contaminem outros.

De que forma um animal adquire a doença?
Gabriel Dias - Por meio do contato direto com animais portadores e também suas secreções. Existem orientações específicas na literatura como, por exemplo, uma maior incidência do contágio através de mordidas no caso do FIV, ou entre lambeduras mútuas no caso do FeLV, mas não vamos negligenciar. A orientação é separar positivos de negativos e, na dúvida, sempre retestar os animais.

Por que é uma doença silenciosa?
GD - É uma característica do vírus. Ficar “quietinho” durante um tempo prolongado faz parte da estratégia para aumentar a chance de disseminação do vírus e transmissão para outro gato.

Quando é indicado testar o meu gato?
GD - “Antigamente” a orientação era estabelecer um perfil de maior risco, mas hoje não corremos o risco de negligenciar com a indicação. Por isso que através de uma “brincadeira” no meu ambulatório idealizei a campanha do #mioutestou porque muitos responsáveis por gatos são surpreendidos com um diagnóstico positivo porque acreditavam que o Vírus é comum em gatos na rua apenas. Contaminados por suas mães, em uma idade tenra com outros gatos, em uma voltinha não lembrada que aconteceu há muito tempo, etc.

Existe mais de um teste? Qual o mais confiável?
GD - Existem diferentes testes e definitivamente precisamos parar de divulgar que um método é melhor do que outro. Eles são escolhidos e associados através de critério Médico Veterinário. Quando utilizamos apenas um método, a rotina de pesquisa fica limitada. A escolha não é a mesma, é elástica e em acordo com as informações e diretrizes clínicas. Divulgar exemplos, condutas, casos clínicos são ilustrativos, mas perigosos porque aumenta a chance do leitor desenvolver questionamentos e conclusões equivocadas. O meu não fez tal método e o gato do meu vizinho fez aquele outro. Qual o melhor? Um gato que provavelmente está isolado em um apartamento há mais de seis meses tem uma indicação diferente daquele que está sendo introduzido imediatamente após um período sem domicílio. Ainda que ambos sejam negativos, cada caso merece uma contraprova/outro método de confirmação, ou não. Tudo vai depender do Médico Veterinário sempre.

Os exames podem oscilar os valores de referência para positivo ou negativo?
GD - Isso é a polêmica mais frequente. Ambos os vírus apresentam comportamentos biológicos “astutos e incertos”. Vale ressaltar sempre que observamos respostas imunológicas individuais. Essa combinação de possibilidades aumenta a chance de quadros clínicos e laboratoriais extremamente distintos. Precisamos aceitar isso para aumentar a chance da orientação fluir melhor. O que acontece com um paciente, pode não ser observado em outro. O que dizer de pacientes que acompanho e são portadores de ambos os vírus e estão muitíssimo bem clinicamente há quase 4 anos?

O que fazer se um gato for positivo e outros não que convivem no mesmo espaço?
GD - Precisam ficar separados sempre. Não temos outro jeito. No caso de infecção por FeLV podemos vacinar efetivamente os animais não portadores e garantimos uma convivência com pouquíssima possibilidade de contaminação. Acompanho muitas adoções especiais bem sucedidas. Outra situação que tem me preocupado são grupos grandes de positivos. Eventualmente não há outra possibilidade, mas me preocupo com as recontaminações e combinações de vírus aumentado a gravidade dos sinais nos pacientes positivos.

Quais os sinais clínicos mais comuns?
GD - Nos quadros evoluídos da infecção observamos imunossupressão e doenças oportunista e/ou com pouca resposta terapêutica, mas a diversidade de sintomas é grande e inclui tumores e anemia severa.

Existe alguma prevenção?
GD - Não permita que seus gatos saiam de casa, testem os gatos para que tenhamos a possibilidade de protegê-los com vacinas e domicilio seguro e enriquecido e divulguem o #mioutestou em suas redes sociais para que mais pessoas conheçam os acrônimos FeLV e FIV.

Qual o tratamento? Expectativa de vida?
GD - Quanto mais precoce o diagnóstico, efetiva qualidade de vida fornecemos ao nosso paciente bigodudo. Cada caso merece um protocolo de indicações diferente. Conversem exaustivamente com seus Clínicos Veterinários de confiança e jamais compartilhem recomendações, compartilhem esperança, apoio e incentivo para prevenção.



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